“O valor que os colaboradores com síndrome de Down podem agregar às organizações”

 

Resumo da pesquisa da McKinsey&Company em parceria com o Instituto Alana, Março 2014

Ao trabalhar, as pessoas com síndrome de Down têm a chance de ter sua qualidade de vida potencializada devido a novas relações sociais, aprendizados técnicos e desenvolvimento de autonomia. O ambiente empresarial e as funções que nele exercem podem contribuir para a prática da colaboração, do respeito e da liberdade.

Além dos próprios colaboradores, os familiares de pessoas com síndrome de Down também enxergam diversos ganhos na qualidade de vida de seus parentes. Segundo eles, o ambiente de trabalho, menos protegido que o de casa e o da escola, acelera o desenvolvimento, proporcionando um aprendizado que não pode ser adquirido em outros ambientes.

As empresas também obtêm ganhos, pois as pessoas com síndrome de Down tendem a apresentar características que promovem reações positivas no ambiente de trabalho, às quais podem contribuir para a melhoria na saúde organizacional.

Por meio de análises qualitativas e quantitativas comprovou-se que a presença de pessoas com síndrome de Down no ambiente de trabalho pode impactar cinco das nove dimensões do “Índice de Saúde Organizacional”, sendo elas liderança, orientação externa, motivação, cultura e clima, coordenação e controle.

No total, mais de 2000 colaboradores oriundos de mais de 100 diferentes lojas dessas empresas participaram da pesquisa.

Metodologia

O primeiro passo da investigação foi constituído por entrevistas com empresas, institutos e especialistas de diversos países como Brasil, Canadá, Espanha e Estados Unidos. Nelas, quase a totalidade dos entrevistados citou que as pessoas com síndrome de Down no ambiente de trabalho geram diversos benefícios para as organizações. O segundo passo foi a realização de pesquisa qualitativa com empresas que empregam números significativos de pessoas com síndrome de Down. Nesse estágio, foram realizadas entrevistas em lojas do Carrefour e do Pão de Açúcar que trouxeram ideias importantes sobre o impacto das pessoas com síndrome de Down no ambiente de trabalho. Também foram realizadas várias sessões de focus group com colaboradores de diferentes lojas da Raia Drograsil, incluindo os próprios profissionais com síndrome de Down e seus responsáveis. A análise qualitativa foi complementada por análises quantitativas para assegurar maior confiabilidade aos resultados.

Resultados – Destaques

 

  • Liderança: A grande maioria concordou que a interação com funcionários com síndrome de Down os transformou em pessoas mais empáticas e com maior capacidade de compreensão do estado emocional alheio. Além disso, essa interação fez com que enxergassem melhor a individualidade de cada pessoa, passando a administrar melhor os conflitos. Por fim, eles também reconheceram que se transformaram em líderes mais colaborativos. Na pesquisa quantitativa absoluta citada, foram obtidas mais de 800 respostas de pessoas que trabalham em locais com pessoas com síndrome de Down. De forma agregada, 83% acreditam que a presença de uma pessoa com síndrome de Down faz com que o líder direto – o gerente da loja – se torne mais apto a resolver e administrar conflitos, contribuindo de forma positiva para o desenvolvimento das pessoas. Vale ressaltar o impressionante resultado nas lojas do McDonald’s do Brasil, no qual 92% dos entrevistados concordaram com o impacto sobre a sua liderança.
  • Orientação Externa: A maneira direta e simples de se comunicar e a típica empatia desses funcionários parecem ser muito apreciadas pelo público. Essa habilidade para lidar com o cliente foi percebida tanto em lojas pequenas do varejo como em grandes supermercados e hipermercados.
  • Motivação: Notou-se um grande impacto na motivação dos colaboradores. Ficou claro que o fato de uma pessoa com limitações estar incluída ao ambiente de trabalho, realizando tarefas e superando desafios, gera no restante da equipe uma reflexão sobre como superar as expectativas e desafiar os próprios limites. Coordenação e controle. Também foram identificados benefícios com relação a coordenação e controle. A convivência com pessoas com síndrome de Down ajuda os líderes a desenvolver habilidades de resolução de conflitos. Por meio de situações inusitadas provocadas por esses novos colaboradores, como fazer perguntas ao gerente no meio de um atendimento, os líderes adquiriram uma resiliência que não possuíam. De acordo com o relato desses líderes, a capacidade adquirida não se restringe ao funcionário com síndrome de Down, aplicando-se também ao relacionamento com outros colaboradores e clientes.
  • Coordenação e controle: A convivência com pessoas com síndrome de Down ajuda os líderes a desenvolver habilidades de resolução de conflitos. Por meio de situações inusitadas provocadas por esses novos colaboradores, como fazer perguntas ao gerente no meio de um atendimento, os líderes adquiriram uma resiliência que não possuíam. De acordo com o relato desses líderes, a capacidade adquirida não se restringe ao funcionário com síndrome de Down, aplicando-se também ao relacionamento com outros colaboradores e clientes.
  • Cultura e clima: A presença de pessoas com síndrome de Down no ambiente de trabalho proporciona um impacto positivo na dimensão cultura e clima da organização. Notou-se que esses indivíduos propiciam um ambiente mais unido e colaborativo.

Trechos extraídos do texto completo da pesquisa http://outroolhar.com.br/wp-content/uploads/2014/03/Paper-Alana-v7.pdf

 

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