Entrevista com coordenadores do Projeto Aviação Acessível revela desafios e caminhos para o setor

Publicado em: 09/10/2025


Por Sergio Gomes para o site da Câmara Paulista de Inclusão da Pessoa com Deficiência          

A aviação civil no Brasil caminha para ser um espaço cada vez mais acessível. Para concretizar esse objetivo, o Ministério de Portos e Aeroportos, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil, e em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a USP, desenvolve o projeto Aviação Acessível. A iniciativa busca identificar as principais barreiras que impedem ou dificultam o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida ao transporte aéreo no país. Para isso, a pesquisa é contínua e envolve a avaliação de práticas adotadas por aeroportos e companhias aéreas, além de ouvir os passageiros e outros atores do setor.

Para detalhar o método de pesquisa e discutir as aplicações práticas das diretrizes que estão sendo desenvolvidas, conversamos com os professores e pesquisadores que lideram tecnicamente este projeto: o Prof. Dr. Luiz Antônio Tonin (UFSCar) e a Profª. Drª. Talita Naiara Rossi da Silva (USP)́

Câmara Paulista de Inclusão da Pessoa com Deficiência

Vocês podem explicar um pouco mais sobre o projeto Aviação Acessível? Qual vai ser o destino do material e por quanto tempo essa coleta vai ser realizada ainda e o que vai ser feito com esse material coletado depois?

Luiz Antonio Tonin-Coordenador do Projeto Aviação Acessível-UFSCar

Bom, primeiro, o projeto, explicando, dando uma visão mais geral do projeto. Esse projeto, nessa etapa, ele começou em 2019, foi até 2023, no final de 2023. Em 2024 ele foi renovado por mais quatro anos. Então a gente vai ter mais um ciclo de quatro anos, portanto até 2027 a gente vai realizar o projeto Aviação Acessível. Esse projeto está avaliando as condições de acessibilidade em parceria com os aeroportos, as companhias aéreas e os operadores aeroportuários. em todo o Brasil. É uma iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos, através da Secretaria de Aviação Civil. Então, esse Ministério [de Portos e Aeroportos], ele contrata a Universidade Federal de São Carlos, que contrata a USP, que é a parceira da USP, então, esse conjunto de parceiros realiza o projeto Aviação Acessível. E aí a gente avalia a acessibilidade, atualmente em 67 aeroportos no Brasil.

Luiz Antônio Tonin

Isso significa…cerca de 95% do fluxo de passageiros no Brasil. Está certo? Perto de 99%. Então, dificilmente você consegue viajar no Brasil hoje sem passar por um dos aeroportos que a gente está analisando. Aeroportos bem pequenos estão nesse projeto. Então, esse projeto tem duas estratégias de avaliação.

Luiz Antônio Tonin

Uma avalia o aeroporto a partir de uma técnica que a gente desenvolveu, de um método que a gente desenvolveu, onde são avaliadas 92 práticas de acessibilidade. As empresas participam dessa avaliação, então elas colocam qual prática elas aderem, quais práticas elas realizam ali de acessibilidade, e colocam uma nota para essa prática e uma evidência. depois a gente revisa esse material e dá retorno para eles. Esse material serve para que as empresas se situem, se elas estão bem, se elas estão mal, comparados com outros aeroportos, comparados com unidades dentro da mesma empresa. Então, por exemplo, você está em uma unidade no interior, comparado com outra do mesmo tamanho, ou comparado com uma de capital, então é possível fazer essas comparações. O projeto tem esses dados, [e]possibilita isso. A pesquisa com passageiros é o outro lado, digamos assim. Então, os passageiros, eles participam dessa pesquisa no momento atual, fornecendo relatos de como foram as suas experiências. Podem ser relatos que salientem barreiras ou facilitadores, ou até elogios ou sugestões críticas também, que a gente possa adaptar esse relato…

Luiz Antônio Tonin

dentro da nossa pesquisa, que atualmente está sendo feita para ponderar as diferentes práticas de acessibilidade. Então, quais práticas de acessibilidade são realmente importantes para uma pessoa com deficiência durante a sua jornada? Então, para cada grupo, digamos assim, a gente vai ter práticas diferentes. E certamente tem práticas que são comuns a todos os grupos, ou a diversos grupos. Então, a gente quer entender, a partir da perspectiva dos passageiros, quais são essas práticas. Esse trabalho, ele já foi feito isso, a Thalita voou muito com pessoas com deficiência. No momento inicial do projeto, alguns pesquisadores do nosso grupo… Fizeram essa etapa de voar, de acompanhar em loco as pessoas com deficiência e identificar as dificuldades, mapear não só as dificuldades, mas as estratégias também dessas pessoas com deficiência. E a partir disso…

Luiz Antônio Tonin

a gente construiu toda essa estratégia de avaliação dos aeroportos. Então, voltando lá, para que vai servir essas informações? De um lado… para as empresas melhorarem o seu atendimento, a sua infraestrutura do aeroporto, a sua infraestrutura de uma forma geral, em todo o ciclo. Do outro lado, para a gente melhorar a própria estratégia de avaliação. Então, que é a partir dos relatos, refinar, o peso ali, a ponderação das práticas para essa avaliação. Então, a gente já tem alguns relatos, assim, de pessoas que passaram por determinadas situações, os aeroportos, a gente vai levar isso para as empresas e vai levar isso para a estratégia de avaliação. 

Talita Naiara Rossi da Silva-Pesquisadora-USP

Acho que só para reforçar, é um projeto bem abrangente. Então, acho que, de modo geral, o que a gente está tentando… compreender como que está o cenário de acessibilidade na aviação civil brasileira a partir da perspectiva dos diferentes atores. Então, tem os operadores aéreos envolvidos, que a gente costuma chamar de companhias aéreas, os operadores aeroportuários. Que são as empresas que administram os aeroportos, os passageiros, e aí quando a gente está falando dos passageiros, a gente na verdade está falando de uma forma bem ampla também, pensando enquanto usuários, porque eu posso, por exemplo… ser uma usuária do aeroporto, no sentido que eu vou levar alguém lá que vai viajar, e durante esse momento que eu estou no aeroporto, eu vou usar a estrutura do aeroporto, mas eu não sou passageira, eu não vou propriamente viajar. Então, quando a gente fala… de conhecer a perspectiva dos usuários. A gente está falando dos usuários e passageiros, de pessoas principalmente com deficiência, mas também pessoas com mobilidade reduzida e pessoas que, às vezes, não têm uma deficiência ou redução de mobilidade, mas que elas estão, de alguma forma, elas têm como contribuir…

Talita Naiara Rossi da Silva

…para a gente entender um pouco as questões de acessibilidade, porque elas são acompanhantes, por exemplo, ou porque às vezes são pessoas que trabalham com essa temática, então tem como também contribuir com relatos, enfim, para… que nesses relatos o que a gente quer saber é um pouco quais são as dificuldades, quais são as barreiras,    mas como que as pessoas também resolvem isso durante as viagens, quais são as estratégias que elas têm, que sugestões que elas   têm de melhoria, porque eu acho que o objetivo principal do projeto é como que a gente pode aperfeiçoar a acessibilidade na aviação civil, e para isso a gente precisa produzir informações sobre o que as empresas estão oferecendo hoje,  como que os passageiros avaliam essas que a gente chama de práticas, que são os recursos de acessibilidade, as condições que tem em relação a isso. Então, acho que a ideia é um pouco… de modo geral, nesse sentido. Eu queria destacar que a gente tem alguns produtos importantes desse projeto e algumas coisas que já estão disponíveis. Então, no site é possível estar disponível para todo mundo, as pessoas acessarem o manual que foi desenvolvido. A gente tem alguns anos que a gente está pesquisando esse tema.

Talita Naiara Rossi da Silva

Então, tem um manual do projeto anterior que a gente fez entre 2018 e 2023 com a Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério, esse manual de acessibilidade, com tudo que a gente vem construindo em termos do que são essas práticas de acessibilidade, quais são essas práticas, como avaliar essas práticas, isso está disponível no site.

Talita Naiara Rossi da Silva

 tem material sobre treinamentos que pode ser usado por treinamentos que também está disponível, pensando no treinamento das pessoas que estão atendendo diretamente o público, mas das pessoas que atuam de uma forma geral na aviação civil, porque tem muitas pessoas que, às vezes, não têm contato com outras pessoas com deficiência. Então, tem muito desconhecimento ainda sobre o tema. E a gente sabe que isso também acaba produzindo muitos preconceitos ou alguns equívocos. Então, acho que isso é um ponto importante. E quando a gente vai pensando na experiência das pessoas com deficiência no transporte aéreo, a gente está pensando não só, que eu acho que é uma outra frente do projeto, não só nas questões relacionadas a quem utiliza o transporte aéreo,

Talita Naiara Rossi da Silva

Atuador(?) dentro da aviação civil, no sentido de que a gente não tem outros estudos sobre esse tema, de tentar entender as experiências das pessoas, de trabalhadores e trabalhadoras com deficiência no transporte aéreo. Então, nesse projeto atual, que a gente começou ano passado, em 2024… A gente está não só olhando para as experiências dos passageiros, dos usuários da aviação civil, mas também para as pessoas que trabalham na aviação civil. E aí a gente tem feito isso a partir de entrevistas com as empresas, para entender o que elas têm feito para apoiar a inclusão das pessoas com deficiência no trabalho. mas também a partir das pessoas com deficiência que já trabalham na aviação civil para entender como tem sido a experiência delas, enfim. Então, acho que a gente também tem olhado para isso, pensando nas questões de acessibilidade e as pessoas com deficiência ocupando papéis diversos dentro da aviação.

CPIPD

Hoje uma pessoa com deficiência que vai viajar de avião, qual é o maior desafio dela ou as maiores barreiras que ela encontra?

Talita Naiara Rossi da Silva

Eu acho que são diversas. Acho que a gente pode ir falando algumas. O projeto, a gente está em coleta de dados, então acho que a gente tem alguns resultados preliminares e até de experiências anteriores. Isso, Sérgio, varia muito. Então, a gente, a experiência que as pessoas têm na relação com o transporte aéreo, quem viaja, às vezes, sei lá, mais de uma vez no mês, e quem viaja… muito esporadicamente, por exemplo, isso também interfere, então acho que isso é um ponto importante, porque a gente vai pensando não só a partir da deficiência, mas de outros fatores que vão determinar essa experiência no transporte, mas quando a gente fala das experiências, a gente vai pensar isso também um…

Houve um momento de interrupção na entrevista, porque o som da professora Talita estava falhando muito e ela recomeçou sua fala de onde havia parado, após alguns instantes

Talita Naiara Rossi da Silva

Acho que eu tinha começado falando, assim, que no projeto a gente primeiro vai olhar para um conceito que a gente chama de ciclo de viagem, que a gente vai pensar não só na experiência, por exemplo, no aeroporto, mas desde a preparação… o planejamento da viagem. Então, aparecem, por exemplo, questões relacionadas ao website das companhias aéreas, então, das pessoas, por exemplo, uma dificuldade, às vezes, de localizar as informações de assistência, ou para localizar, por exemplo, alguma dificuldade em relação a como que eu me comunico. com a companhia aérea, para pensar nas assistências ou para informar uma condição que eu tenho. Então, essas são questões que aparecem numa fase inicial. Nos aeroportos, por exemplo, aparecem muitas questões relacionadas às condições espaciais. Então… elevadores acessíveis, porque às vezes esses equipamentos não estão funcionando, questões relacionadas ao finger, o finger é a ponte que liga o aeroporto. direto para a aeronave, que os passageiros percorrem essa ponte para chegar dentro do avião. Então, nem sempre esse finger está disponível. Quando a gente fala de aeroportos muito pequenos, por exemplo, os aeroportos mais regionais, muitas vezes são aeroportos que são térreos. Eu estive essa semana, por exemplo, em Campo Grande.

Talita Naiara Rossi da Silva

Então, Campo Grande é uma capital, se a gente for pensar, não é um aeroporto regional, é um aeroporto de capital, mas é um aeroporto que não tem finger. Então, isso dificulta, porque para as pessoas entrarem no avião, tem o processo de subir escada e equipamentos que vão estar disponíveis para subir a escada. Outra questão que, às vezes, os passageiros nos trazem é com relação aos equipamentos assistivos. Então, a questão de como, às vezes, desmonta uma cadeira, dificuldade, às vezes… Às vezes, as empresas têm procedimentos já definidos de como que isso vai acontecer, então, uma dificuldade de escuta de quem é realmente o usuário daquela cadeira, porque os equipamentos são muito diversos, então, o funcionamento, às vezes, desmonta de um jeito em uma, mas outra cadeira desmonta de outro jeito. E, às vezes, até questões de quebra desses equipamentos. O que mais que aparece? Muitas questões ligadas à capacitação. Então, isso também tem sido um ponto, assim, de pensar questões mais atitudinais. Então, na relação com as pessoas que estão ali no atendimento.

Talita Naiara Rossi da Silva

De muitas vezes as pessoas terem informado no planejamento da viagem, na compra de passagem, alguma necessidade que elas têm de assistência, e quando elas chegam ao aeroporto, a equipe que está ali por algum motivo…

Talita Naiara Rossi da Silva

O que eu estava falando é que também as pessoas falam muito, que às vezes nesse planejamento da viagem, elas entram, fazem alguma comunicação com a companhia aérea, ou mesmo na compra da passagem, isso é possível informar no site, alguma necessidade que elas vão ter de assistência durante a viagem. E aí quando ela chega no aeroporto, nem sempre a equipe que está lá está de posse, por exemplo, dessas informações, tem conhecimento dessas informações, então essa necessidade também de ficar repetindo. E ali no momento do check-in nem sempre dá para organizar as assistências necessárias. E aí o Tonin colocou algumas outras coisas. A questão das longas distâncias percorridas nos aeroportos.

Luiz Antônio Tonin

Eu vou complementando. Filas preferenciais. Então, às vezes a pessoa tem uma deficiência invisível, por exemplo ou não visível, e aí ela fica ali na fila, tem um problema desse tipo. Problemas de despacho de bagagens, a Talita falou um pouco sobre isso, como que eu vou desmontar aquela tecnologia assistiva. Às vezes tem bateria, então tem algum problema com isso também. Tem problemas de comunicação, como a Thalita falou, às vezes a pessoa é surda, precisa se comunicar em libras, ou a pessoa é cega, ou surdo cega, então tem ainda bastante problema desse tipo. Eu acho que uma…

Luiz Antônio Tonin

 Uma parcela dos problemas está muito relacionada com a pessoa conseguir comunicar para a empresa, porque o website, às vezes, ou não é acessível, ou as funções são muito difíceis de encontrar, as informações são confusas. Porque quando você compra uma passagem, Sérgio… Você tem algumas questões que são importantes. Existe uma resolução, que é a resolução 280 da ANAC, que garante os direitos das pessoas com deficiência durante esse processo. Então, por exemplo, a pessoa com deficiência… ela pode, na legislação atual, ela pode indicar, por exemplo, um acompanhante. E esse acompanhante vai pagar, no máximo, 20% do valor da passagem. Ela não tem gratuidade, mas o acompanhante, se ela identificar corretamente lá, ele vai pagar no máximo 20% do valor da passagem, tem um desconto de 80%. Mas para encontrar essa informação, às vezes ela tem muita dificuldade, e não é necessariamente a interação, mas às vezes a informação, ela está confusa, precisa de documentos, e aí esses documentos precisam de validação, passar por alguns estágios, e às vezes isso é muito complicado. Então, esse é o primeiro ponto, dentro dessa gestão que a Thalita falou. O outro ponto… é que a pessoa com deficiência muitas vezes tem uma especificidade do assento que ela precisa sentar no avião, e ela não consegue marcar essa passagem, porque muitas vezes essas passagens são vendidas por um espaço conforto, alguma coisa assim um pouco… Entendeu? Então, tem uma reserva ali, tem um trâmite ali que é mais difícil de fazer, de você conseguir marcar o seu assento. Então, isso é feito não na compra da passagem, mas no intervalo do check-in ali, que antecede o voo. Então, a gente mapeou muitas dessas dificuldades. Algumas têm relação com infraestrutura de software, de internet, dessa parte do site, da acessibilidade no site, da forma como o site está organizado.

Luiz Antônio Tonin

Não é só acessibilidade, mas isso que eu falei, por exemplo. Pode ser acessível, mas você não consegue marcar a passagem, marcar o assento da sua passagem. Então, esse é um ponto. Um outro ponto é isso que a Talita falou, a questão da infraestrutura. Você pode ter um aeroporto muito grande, com longas distâncias, acontece muito, em alguns aeroportos no estado de São Paulo, por exemplo, e outros que são muito pequenos, e você tem um problema diferente, que é, por exemplo, a falta de infraestrutura para você acessar a aeronave, ou a falta de infraestrutura para você… E de um lugar para outro mesmo, dentro do próprio aeroporto. Então, tem coisas desse tipo também.

CPIPD

Uma outra coisa que eu ia perguntar. O pessoal que trabalha no aeroporto, não só a equipe de bordo. Eles recebem algum treinamento para lidar com os passageiros que têm necessidade de assistência especial e… Esses treinamentos costumam ser eficientes para lidar com diferentes tipos de passageiros que têm necessidades especiais de assistência?

Talita Naiara Rossi da Silva

Eu acho que de modo geral, Sérgio, assim, com relação aos treinamentos, acho que a gente não tem como te responder sobre a efetividade dos treinamentos, porque a gente nunca fez uma avaliação propriamente de cada programa, de cada empresa. Em geral, principalmente nos momentos de integração nas empresas, quando os trabalhadores entram, o que a gente sabe é que eles têm treinamento para atendimento ao cliente, por exemplo, e dentro dessa discussão aparecem temáticas relacionadas, por exemplo, à acessibilidade, a passageiros com deficiência. Dentro do setor aéreo, muitas vezes a gente se fala, tem um grupo, digamos assim, de passageiros, que incluem os passageiros com deficiência, que são chamados passageiros com necessidade de assistência especial que ela vai falar que grupo é esse. Então, envolvem pessoas com deficiência, envolvem menor desacompanhado. Então, tem um grupo que não é só de pessoas com deficiência, que eles entendem que são pessoas que podem precisar de alguma assistência dentro do transporte aéreo. E aí, nessa resolução [280/2013] da ANAC, são previstos um pouco as condições para essa assistência. Então, as empresas têm, tem empresas que têm, por exemplo, treinamento, pelo menos um treinamento inicial para Libras, principalmente para os trabalhadores que estão mais no atendimento direto. O que a gente percebe, assim, pelas avaliações, principalmente dos passageiros, é que ainda tem situações que são falhas, assim, de capacitação. Então, o modo como as pessoas se referem, ou o fato, por exemplo, de quem está no atendimento ficar muito preso a algum protocolo e não consegue ali escutar o passageiro que está na sua frente, então acho que tem questões nesse sentido, mas acho que a gente não tem como te dizer, assim, diretamente da efetividade desses treinamentos, porque daí tem uma avaliação específica que teria que ter sido feita. O que a gente tem, o que a gente sabe, assim, um pouco sobre isso é a partir da perspectiva, principalmente, dos passageiros, que às vezes falam… sobre, olha, falta treinamento as pessoas precisam saber como abordar, elas precisam saber como perguntar, como que eu faço, então acho que tem um pouco de questões nesse sentido, assim. Eu queria só voltar um pouco na sua pergunta anterior, assim, só para te dizer que a gente tem pensado no projeto a acessibilidade a partir de quatro dimensões, principalmente.  que é a dimensão de deslocamento, de uso, que daí, por exemplo, entram questões relacionadas aos sanitários, a mobiliário, o balcão de atendimento, enfim. As questões de comunicação e de gestão. Então, quando o professor Tonin falou sobre essa questão do assento na aeronave, por exemplo, isso tem questões de políticas de compra, de venda de assentos. que daí entra nesse embate, né, quem paga mais por um espaço, que às vezes a primeira fileira é que tem mais espaço, e ao mesmo tempo, que seria o assento, digamos, mais acessível, no sentido de ser mais perto do acesso da aeronave, mais perto do banheiro, então… entra um pouco nesse conflito de interesses e de direitos. Porque quando a gente está falando de acessibilidade, a gente está falando de direito. Mas só para te dizer que o que a gente percebe nos resultados que a gente já tem é que, de alguma forma, as dificuldades dos passageiros vão nos dizendo sobre cada uma dessas dimensões. Então, tem questões relacionadas ao website da companhia[aérea], por exemplo, que tem a ver com comunicação, como eu sei das assistências, por exemplo. Tem questões relacionadas ao deslocamento, é a dificuldade para entrar no avião, porque não tem a ponte que eu comentei[finger], é a dificuldade porque tem que andar muito.

Talita Naiara Rossi da Silva

dentro do aeroporto, então tem a ver com deslocamento. Então, de alguma forma, assim, o que os passageiros vão compartilhando com a gente é que todas essas dimensões, elas estão mais ou menos comprometidas, e isso é muito variável, acho que teve uma parte que eu estava falando sobre… que cortou, assim, que essas dificuldades não são só determinadas pela deficiência que uma ou outra pessoa tenha, que o passageiro tem, mas elas são determinadas pela experiência de viagem e são determinadas pelo aeroporto que elas estão. Porque, dependendo do aeroporto, se o aeroporto é um aeroporto muito grande, ele vai ter algumas dificuldades. Se é um aeroporto pequeno demais, também, em geral, a gente tem mais dificuldade, às vezes, com recursos.

Talita Naiara Rossi da Silva

tecnológicos, por exemplo, então acho que, dependendo do aeroporto, isso também vai interferindo nessa questão do contexto, interferindo na experiência do passageiro, assim, então acho que só para… Acho que para dizer um pouco isso, de todas as dimensões que a gente vai pensando da acessibilidade, nessa questão do treinamento, por exemplo, que entra dentro da parte do que a gente chama de gestão, de alguma forma isso tudo ali, isso é importante para as pessoas, todas essas dimensões precisam estar atendidas, mas o que a gente vê hoje é que de alguma forma… tem algum comprometimento em todas elas, e isso é variável em cada unidade aeroportuária que a gente tem, então acho que isso tudo… E aí os passageiros vão sentindo um pouco isso. Outras questões, assim, que a gente percebe são questões que são comuns aos demais passageiros. Então, essa semana eu estive no aeroporto de Guarulhos. Meu voo estava para um portão que era numa ponta do Terminal 2, e perto do horário do voo ele foi deslocado para outra ponta oposta, exatamente oposto no Terminal 2, assim, só não mudou de terminal.

Talita Naiara Rossi da Silva

Mas eu tive que ir de ponta a ponta. Então, eu estava sentada num portão e eu tive que atravessar o Terminal dois inteirinho, no aeroporto de Guarulhos. O aeroporto de Guarulhos, a gente tem vários terminais e o Terminal 2, ele é bem grande e eu tive que ir para outra ponta. Então, isso para mim, é isso, eu tive que pegar a mala e fazer essa mudança. Para quem tem alguma dificuldade, por exemplo, de mobilidade… Isso aumenta essa dificuldade, porque é uma distância longa. Para quem tem alguma dificuldade, por exemplo, visual, ou alguma questão sensorial, visual, auditiva, até ela perceber que o portão mudou, ela pode demorar mais tempo que eu para perceber e ter menos tempo para fazer esse deslocamento. Eu acho que tem muitas questões nesse sentido, assim, questões que às vezes são comuns, mas que para pessoas com deficiência elas são vividas de uma forma muito singular, assim, e em geral de maior dificuldade em função das questões do contexto.

Talita Naiara Rossi da Silva

Mas acho que um outro ponto assim, para complementar. Acho que a gente tem trabalhado, acho que tem muitas dificuldades, acho que a gente reconhece isso, é por isso que o projeto existe. Mas, ao mesmo tempo, a gente tem trabalhado com as empresas, tanto com o pessoal que faz a operação dos aeroportos, quanto com as companhias aéreas. no sentido também de apoiá-los para que eles também, que eles que de fato vão poder promover mudanças, então no sentido de ajudá-los a entender do que a gente está falando quando a gente está falando de acessibilidade, de entender que as necessidades das pessoas com deficiências são diversas, que é um público tão diverso quanto a população geral e de pensar com esses operadores como que eles estão hoje, então a avaliação que é feita com eles, por eles, é nesse sentido, como que eles estão hoje em relação à acessibilidade e por onde que eles podem caminhar para melhorar a experiência que é oferecida para os passageiros, então e acho que tem uma disponibilidade nesse sentido também,    assim, da gente sentir que existe uma receptividade do setor para pensar esse tema, existe uma disponibilidade nesse sentido, assim, acho que isso também, acho que é uma construção para a gente, de fato, observar as mudanças na situação real de viagem. Acho que tem um percurso ainda para ser feito, mas o que a gente sente é que tem pessoas que estão ali dentro do setor [de aviação], que estão envolvidas, que estão disponíveis, que estão interessadas em caminhar junto com a gente nessa construção, no projeto.

CPIPD

Na visão de vocês, qual seria uma atitude ou uma interferência que as companhias aéreas poderiam fazer, ou mesmo os aeroportos, e que fosse simples, mas que gerasse um grande impacto no auxilio das pessoas com deficiência no transporte aéreo?

Luiz Antônio Tonin

Passa por várias questões a sua resposta. Então vamos lá. A primeira está encaminhada, está andando, não é uma questão que está no zero isso, é tratar a acessibilidade e a inclusão das pessoas como um direito. Eu acho que isso é uma questão central na nossa discussão de entender que as pessoas que estão ali, elas têm o direito de usar aquele espaço, de usar aquele serviço. Eu acho que esse é um ponto muito importante. Aí a gente já entra, digamos assim, nos detalhes. E aí tem um monte de coisa que a gente pode pensar. Então, como por exemplo, melhorar as interfaces de website e facilitar todo o fluxo, da aquisição, marcação de passagem, indicação de acompanhante, todo esse fluxo que é feito no website [deve]ser muito facilitado para a pessoa com deficiência. Eu não estou falando só das ferramentas de acessibilidade, mas estou falando também de linguagem simples, de redução de etapas burocráticas, entre aspas, eu sei que elas são importantes, a comprovação da deficiência a identificação dessas questões então, também entra nesse pacote. Aí o terceiro pacote é dentro do aeroporto. A pessoa conseguiu chegar, conseguiu comprar passagem e conseguiu chegar até lá. Então, que ela consiga ser atendida de uma forma consistente e prioritária. Prioritária em relação às suas necessidades específicas de atendimento e também em relação ao tempo, em relação aos outros aspectos ali que estão no serviço. Dentro do avião. Que ela consiga usar a aeronave. E aí entram aspectos mais sofisticados do projeto da aeronave, que às vezes a gente tem que sair do contexto da própria companhia aérea e ir para a empresa que projetou a aeronave. Eles também são corresponsáveis. Então, como que a pessoa usa o banheiro, como que a pessoa… aciona, por exemplo, um comando que está no alto, como que ela usa os equipamentos de entretenimento a bordo, enfim, como que ela… usa os serviços, por exemplo, de alimentação que é servida ali para uma pessoa, por exemplo, com autismo, como que ela, às vezes, ela tem uma necessidade de os alimentos se apresentarem de uma forma e o alimento vem de outra. Então, isso, por exemplo, é um fator muito delicado, mas a gente não detalha. Então, tudo isso são detalhes que a gente pode trazer para o debate, mas eu acho que tudo isso está embaixo desse guarda-chuva que é tratar a acessibilidade como um direito, como um fator realmente prioritário e que a inclusão é um processo.

Luiz Antônio Tonin

 Então, continuamente a gente precisa fazer isso. Então, desde as pessoas na empresa, como trabalhadores e trabalhadoras, como a Talita citou lá no começo. E essas pessoas vão transformar os seus processos internamente, vão trazer perspectivas de visão de mundo que as empresas vão poder incorporar nos seus processos de atendimento. Principalmente no nosso debate, para os passageiros. Porque uma experiência desse tipo, quando ela é positiva, ela alça a pessoa para possibilidades, oportunidades de convivência, de sociabilidade, que são muito positivas. Mas quando ela é negativa, ela pode gerar traumas muito grandes, pode gerar grandes excepções, pode gerar grandes problemas eventualmente até para própria saúde e segurança da pessoa. Então, tratar isso como um direito, como uma prioridade, eu acho que para a gente…se eu tivesse que resumir em um item só, seria esse.

Talita Naiara Rossi da Silva

Eu fiquei pensando, assim, para mim, qualquer mudança vai passar pela mudança das pessoas. Acho que esse é, para mim, o principal ponto. Então, eu pensaria em treinamento, mas acho que não é nem treinamento. Acho que é uma questão de ampliar a participação das pessoas com deficiência. Acho que isso que o professor Tonin comentou. é fundamental, se a gente entender que acessibilidade é um direito, acho que isso é ponto de partida, mas acho que uma ação muito importante, na verdade, é pensar um conjunto de ações como ampliar a participação das pessoas com deficiência na aviação civil. E aí eu fico pensando muitas ações para isso, assim, por exemplo, da gente ter as pessoas com deficiência ministrando os treinamentos, de criar mais espaço para falar sobre essa experiência da deficiência, que é uma experiência humana. Todo mundo pode passar por isso em algum momento da vida, então acho que como que a gente vai dialogando um pouco sobre isso, porque acho que ainda, ainda tem muito desconhecimento, assim, quantos de nós estudamos com pessoas com deficiência, quantos de nós convivemos

Talita Naiara Rossi da Silva

pensando hoje na população adulta com pessoas com deficiência, então acho que essa questão de ampliar a participação, seja nos treinamentos, então as questões que envolvem acessibilidade, por exemplo, a gente tem empresas, a gente já teve situações disso, assim, de… que eles têm um colega no setor, ali no turno, que tem deficiência, então, e que eles fazem dez minutos de conversa por dia com essa pessoa, assim, para aprender estratégias, para aprender como que essa pessoa resolve algumas questões. Porque eu acho que as pessoas estarem mais apropriadas um pouco sobre essa experiência da deficiência e sobre pensar a acessibilidade como um direito, enfim, vai ajudando a conseguir resolver as barreiras que de alguma forma vão surgindo no ciclo da viagem. Então, para mim, a principal ação é o investimento nas pessoas, de dar visibilidade para esse tema da deficiência, da acessibilidade como um direito, de ter as pessoas com deficiência mais presentes ali. Dentro dos processos do setor aéreo, seja nos treinamentos, seja quando o aeroporto vai pensar nas questões de acessibilidade, seja quando a gente vai, pensar em projeto de cabine, que é o que entra aí nas ações mais complexas, mas acho que uma ação seria, de fato, a gente…

Talita Naiara Rossi da Silva

pensar em estratégias para ampliar a participação e o protagonismo das pessoas com deficiência no setor aéreo. E a gente tem pessoas com deficiência em diferentes funções. Acho que nesse processo de entrevistar os trabalhadores… A gente tem conversado com trabalhadores que estão no atendimento no aeroporto e a gente teve a oportunidade de conhecer um trabalhador, por exemplo, que é coordenador de treinamento de pilotos para uso de uma aeronave específica, por exemplo. Então, ele faz o treinamento dos pilotos no simulador. Então, acho que dá visibilidade para o tema. E para essas pessoas, criar estratégias para as pessoas com deficiência participarem mais dos processos do transporte aéreo. E acho que esse também é um dos produtos que a gente está, que deve ficar público esse ano, que é um guia que a gente fez um pouco sobre isso, sobre estratégias para ampliar a participação das pessoas com deficiência. nos assuntos que dizem respeito à acessibilidade na aviação civil, então acho que é um, para mim essa é uma questão chave, assim, porque acho que essas pessoas também estando mais presentes, a gente tem mais condições de falar sobre a experiencia da deficiência, falar sobre direitos, falar sobre acessibilidade. e transformar primeiro as pessoas, porque eu acho que se a gente vai pensar em ações simples, a gente pode pensar, coloca uma barra no banheiro, acho que tem coisas que seriam talvez mais simples, mas quando você falou de um grande impacto, eu acho que para ter um grande impacto a gente precisa… ter uma mudança das pessoas estarem mais apropriadas dessa discussão, e dessa discussão em alinhamento com a perspectiva dos direitos.

CPIPD

Tem alguma coisa que vocês queiram falar, mas que eu não abordei e que vocês julgam importante?

Luiz Antônio Tonin

Acho que é importante, Sergio, também falar que a gente tem pessoas com deficiência na nossa equipe. A nossa equipe é uma equipe multidisciplinar. Então, nós temos pessoas… Quando a Thalita falou disso, eu achei que ela ia emendar nesse assunto. Então, a gente também, dentro do projeto, a gente também trabalha com uma equipe…de várias áreas das universidades, da USP, da UFSCar, e com vários alunos, e nesses alunos a gente tem uma gama grande de deficiências, e eles também viajam com a gente para os aeroportos para fazer essas avaliações, para participarem desses processos. Isso também é uma coisa muito bacana, essa semana eu até compartilhei com a Talita uma mensagem de uma das alunas que ela está citando que vai ser a primeira vez que ela tem uma oportunidade de viajar de avião. E ela já vai fazer, ela é uma pessoa com deficiência, e ela vai fazer pela primeira vez uma viagem de avião pelo projeto já trabalhando nas questões de acessibilidade.

Luiz Antônio Tonin

Então, isso também para a gente é muito importante e transformador para a nossa visão, tanto dos alunos, dos profissionais. quanto de coloca-los diante dessa realidade de uma forma um pouco mais, entre aspas, olhando, mais específica, olhando para as questões de acessibilidade. Então, formar gente com esse perfil, com essas características, também para a gente é um desafio e um diferencial bastante importante.

Talita Naiara Rossi da Silva Acho que uma outra questão, quando eu fiz o contato com o Kal [José Carlos do Carmo, Coordenador da Câmara Paulista de Inclusão da Pessoa com Deficiência], para a gente pensar um apoio da Câmara Paulista [de Inclusão da Pessoa com Deficiência] na divulgação do projeto… Foi porque a gente está com a coleta de dados em aberto. Então, hoje, a coleta de dados, a gente está trabalhando com relatos de experiências de viagens pelos usuários, passageiros, acompanhantes. Então, acho que seria bem importante se vocês pudessem divulgar isso, quase que um convite para as pessoas participarem da pesquisa. Então, a gente está com a coleta de dados em aberto. Elas podem encaminhar o relato de viagem pelo site do projeto ou elas podem nos enviar por um contato via WhatsApp. Então, acho que para a gente seria muito importante que vocês fizessem essa divulgação, no sentido de que a gente tem, até por perspectivas teóricas, mas pela própria discussão do campo da deficiência, não dá para a gente fazer essa discussão sem… as experiências das pessoas com deficiência, sem as perspectivas dessas pessoas. Então, para a gente é muito importante, até para que a gente possa seguir nessas avaliações que são feitas das unidades aeroportuárias, não dá para a gente ouvir só os operadores, a gente precisa muito, para a gente é fundamental ouvir os passageiros. Participem, porque para a gente é muito importante conhecer as experiências de muitas pessoas a pessoa pode compartilhar mais de um relato, porque às vezes aconteceu uma coisa numa viagem, outra coisa em outra viagem, isso não tem um…ela pode entrar e num relato falar sobre uma questão específica, falar sobre outra em outra situação. mas para a gente seria muito importante que vocês nos apoiassem nesse sentido, de divulgar que a pesquisa está aberta, que a gente está contando com a participação das pessoas. Acho que isso é super importante, acho que eu entrei uns minutinhos, vocês já estavam aí, eu não sei se vocês se apresentaram, assim, o Luiz Antônio Tonin, ele é professor da Universidade Federal de São Carlos, ele é o coordenador geral do projeto. Acho que o Tonin estava falando da equipe que é uma equipe que a gente tem pessoas com deficiência na equipe, e é uma equipe bastante ampla, a gente tem desde alunos de graduação, alunos de pós-graduação, professores de diferentes departamentos da UFSCar e também da USP envolvidos, só para dar um pouco esse panorama, a gente tem alunos de graduação, de pós-graduação, docentes e de diferentes áreas, então a gente tem as pessoas da engenharia, da fisioterapia, da terapia ocupacional, da psicologia, das mais diversas áreas da engenharia, embora o projeto esteja ali dentro da engenharia de produção, só para dar um pouco esse panorama.

Luiz Antônio Tonin

Luiz Tonin é professor no Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus São Carlos, onde é pesquisador no PSPLab/SimuCAD. Doutor, mestre e engenheiro de produção pela UFSCar, atua principalmente nas áreas de acessibilidade, inclusão de pessoas com deficiência, ergonomia e projeto de postos e instalações de trabalho. Coordena o Projeto Aviação Acessível, em parceria com a Secretaria Nacional de Aviação Civil e o Ministério de Portos e Aeroportos, com apoio da USP. O projeto mapeia e propõe melhorias de acessibilidade em aeroportos brasileiros. Sua dedicação acadêmica e de pesquisa é marcada pelo compromisso com a promoção da inclusão e da acessibilidade, ampliando o impacto social da Engenharia de Produção para além do ambiente industrial.

Currículo Lattes

Talita Naiara Rossi da Silva

Talita Naiara Rossi da Silva é Terapeuta Ocupacional, formada pela Universidade Federal de São Carlos (2008). Especialista em Educação em Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Mestre e Doutora em Engenharia de Produção também pela UFSCar, com sanduíche na Université de Montréal. Docente do Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2018. Desenvolve pesquisas com temas relacionados, principalmente, a inclusão de pessoas com deficiência no trabalho; acessibilidade e deficiência; saúde do trabalhador, terapia ocupacional e ergonomia; educação em saúde.

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