Falta de acessibilidade expõe pessoas com deficiência ao estresse

Publicado em: 25/10/2017


A professora Marineia Crosara de Resende, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia e gestora do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, participou no último dia 20, do IV Seminário Internacional Trabalho Seguro e abordou a questão dos transtornos mentais relacionados ao trabalho sob o enfoque da pessoa com deficiência. A professora chamou a atenção para o fato de que muitos trabalhadores com deficiência são alvo de “bullying” devido à falta de cumprimento das normativas de acessibilidade, e essa situação muitas vezes acaba por se transformar num transtorno mental.

Segundo Marineia, mesmo com o sistema protetivo criado pela Constituição Federal de 1988, ainda hoje as pessoas com deficiência se encontram em um patamar diferenciado em relação ao restante da população, principalmente nas questões relacionadas ao trabalho. Entre outros aspectos, ela apontou o descumprimento da Lei de Cotas por parte das empresas. “A reserva de vagas é extremamente necessária para que se promova a inclusão dessas pessoas nos diversos espaços”, afirmou.

A psicóloga destacou a obrigatoriedade de se tratar com atenção os cinco seguimentos da deficiência: visual, física, auditiva, intelectual e mental. “É preciso olhar o fenômeno de outra forma, até porque somos 23,9% da população brasileira”, assinalou. “Precisamos deixar de ser vistos como objeto de tratamento médico e de caridade, e sim como seres de direito, com toda a dignidade inerente a qualquer outra pessoa”.

Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (Compod)

O Compod é um órgão autônomo de âmbito municipal que atua na fiscalização das políticas públicas relacionadas às pessoas com deficiência. Marineia Crosara Resende, professora do Instituto de Psicologia (IPUFU) da UFU, foi eleita em 2015 como presidente do Compod.

Resende  acredita “que é preciso evoluir do pensamento economicista, que pauta as práticas no nosso país para a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva, que confere reconhecimento universal à dignidade das pessoas com deficiência”. Ela ressalta que a deficiência “é apenas mais uma característica dos seres humanos livres e iguais em direitos e obrigações e que têm direito ao exercício da plena cidadania, e de usufruir de bens e serviços como qualquer outro cidadão”.

Isso, segundo ela,  “só se efetivará quando a nossa sociedade for 100% acessível a todos e a todas, sem distinção de características ou condições pessoais.”

Fonte: http://www.cassilandianoticias.com.br/ultimas-noticias/falta-de-condicoes-de-acessibilidade-expoe-pessoas-com-deficiencia-a-estresse

 

Por Stela Masson, 24/10/2017

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