Acessibilidade digital proporciona mais autonomia e independência para pessoas com deficiência

Publicado em: 23/05/2022


Por Sergio Gomes e Gabriela Fernandes

No mundo, mais de um bilhão de pessoas, ou seja, uma em cada sete tem algum tipo de deficiência. Com tantos tipos diferentes de deficiência é preciso seguir certos princípios ao se criar sites, apps e outros conteúdos digitais. Apesar de numerosas, as deficiências podem ser enquadradas em grandes grupos como cognitiva, física, auditiva e visual.

O Dia Mundial da Conscientização sobre a Acessibilidade tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da acessibilidade para as pessoas com deficiências no meio digital. A data surgiu na Califórnia, em 2012, a partir da reflexão do desenvolvedor Joe Devon sobre a falta de acessibilidade no mundo da tecnologia. Essa data tem como a principal causa tornar o ambiente mais inclusivo para todos, sendo celebrada na terceira quinta-feira do mês de maio. Neste ano, a mobilização aconteceu na semana passada (19/05) e comemora dez anos de luta. 

Apesar de ainda não serem usados em larga escala, pois dependem de acesso à determinados aparelhos, internet de qualidade e outros fatores econômicos e de informação, alguns avanços podem ser comemorados.

Para desenvolvedores, estão disponíveis inúmeras orientações sobre o conteúdo digital acessível, por exemplo, que costuma ser designado por a11y que é um numerônimo para designar a prática orientada para a criação de ferramentas, softwares, e outras tecnologias com recursos de acessibilidade. Esse numerônimo vem do inglês, onde a palavra “Accessibility” tem 11 letras entre o “A” e o “Y”.

O site ou aplicativo deve ser acessível, operável, compreensível e robusto

  1. AcessívelA informação e os componentes da interface precisam ser apresentados aos usuários em formas que eles possam perceber. Exemplos: Texto alternativo, legendas, contraste de cores, etc
  2. Operável O conteúdo digital deve ser operável. Isso significa que os usuários podem interagir com todos os controles e elementos interativos usando o mouse, o teclado, toque ou um dispositivo auxiliar.
  3. Compreensível O conteúdo digital deve ser claro, sucinto e fácil de entender. Erros de ortografia e usar gramática complexa são coisas que devem ser evitadas ao máximo.
  4. Robusto É muito importante ter consistência nos conteúdos digitais. O que isto significa é: maximizar a compatibilidade com as ferramentas que você está construindo. O conteúdo digital tem que ser desenvolvido para funcionar bem em diferentes dispositivos, tamanhos de tela, sistemas operacionais, navegadores, etc.

Para comemorar o Dia Mundial da Conscientização Sobre Acessibilidade em 19 de maio, a Google anunciou várias novidades como a sinalização de apps acessíveis na Play Store.

Recursos digitais free proporcionam mais autonomia

Para mostrar que é possível aliar a acessibilidade com o meio digital, selecionamos alguns aplicativos e ferramentas que podem facilitar a autonomia e independência de pessoas com deficiência:

Soundscape, é um app direcionado para pessoas cegas ou de baixa visão, que avisa quando o usuário se aproxima de um cruzamento ou travessia de pedestres, por exemplo. Permite a adição de pontos turísticos, ou favoritar endereços mais usados e anuncia os nomes de edifícios próximos ao local onde a pessoa está. 

Dicas para facilitar a exploração do app: o caminho entre sua posição atual e a entrada de prédios ou parques, travessias de pedestres e seus botões de controle, pontes, entradas de metrô, entre outros. Ele foi criado para ser complementar e não para substituir outras soluções já usadas, como o cão-guia ou com bengala, já que o Soundscape não vai reconhecer paredes ou outros obstáculos que não estejam literalmente no mapa. 

Outro aplicativo bem legal e inclusivo é o Seeing AI, ele funciona como uma câmera inteligente, que “lê” o mundo ao seu redor. Após ter o app instalado no smartphone, é preciso apenas apontar a câmera do celular para que a aplicação seja capaz de transcrever textos curtos, documentos, produtos, além de identificar notas de dinheiro e até mesmo descrever a emoção de pessoas.

Infelizmente, esses dois apps não estão disponíveis para Android, somente para Iphones a partir do 5S.

Algumas ferramentas muito usadas no ambiente corporativo e pessoal, são também grandes aliadas da acessibilidade:
Muito usado com o trabalho remoto, o Microsoft Teams foi desenvolvido para facilitar a comunicação e promover a colaboração entre as equipes da empresa, sendo possível tanto baixar o app, como usar o próprio navegador de internet. É usado por mais de 270 milhões de pessoas, para fazer reuniões de trabalho e por profissionais da Educação, estudantes, famílias e amigos, com a finalidade de melhorar a comunicação. 

Falando dos pontos acessíveis, essa ferramenta tem a possibilidade de converter áudio em texto, gerando legendas automáticas, permitindo às pessoas com deficiência auditiva acompanhem o que está sendo falado. 

Outros instrumentos que já são bem conhecidos e utilizados por diversas pessoas, são o Word, PowerPoint e o Excel, sendo usados tanto no trabalho como em outros ambientes. São ferramentas que fazem parte do Pacote Office, que conta com diferentes programas de produtividade. O Word é usado para processamento de textos, tendo o intuito de criação de documentos, já o PowerPoint é um software que permite realizar apresentações através de slides. 

A acessibilidade fica por conta da ampliação dos recursos destinados a leitores cegos ou com baixa visão. O sistema avisa que há uma imagem e a faz a descrição dela e, por fim, os softwares também contam com a possibilidade de aumento ou “iluminação” de  palavras, ajudando pessoas com dislexia e autismo. 

Para fechar o Pacote Office, o Excel é uma plataforma eletrônica de criação de planilhas e recursos que incluem uma interface intuitiva e capacitadas ferramentas de cálculo e de construção de gráficos. O Excel tem uma opção de revisão para tornar o documento mais acessível para pessoas com deficiência visual. O verificador de acessibilidade é usado para resolver problemas de acessibilidade enquanto estiver criando alguma planilha. Também tem a função de adicionar textos Alt (alternativos) a imagens, para que as pessoas que usam leitores de tela possam escutar o que é a imagem. Essa opção de verificação consegue revisar o conteúdo e sinaliza problemas de acessibilidade que ele tem. Ele explica por que cada problema pode ser um problema potencial para alguém com deficiência, sugerindo como você pode resolvê-los.

Para conseguir habilitá-lo, basta seguir esse passo a passo:

Selecione Examinar > Verificar Acessibilidade. O painel Acessibilidade e a faixa de opções acessibilidade estão abertos, e agora você pode revisar e corrigir problemas de acessibilidade.

Essas ferramentas estão disponíveis tanto para Android quanto para IOS.

De acordo com a gigante da tecnologia, os apps com recursos de acessibilidade disponíveis na loja oficial do Android passarão a ter tags específicas (a11y). O objetivo é facilitar a busca dos usuários por programas que trazem ferramentas capazes de auxiliar as pessoas com deficiência.

Essas tags de acessibilidade na Google Play Store serão aplicadas em duas categorias de aplicativos, como a de “ferramentas úteis”. Neste caso estão, por exemplo, os programas de transcrição para pessoas surdas ou com algum tipo de deficiência auditiva. Alguns dos marcadores que poderão ser encontrados, inicialmente, são:

  • Compatível com leitor de tela
  • Assistência Visual
  • Assistência Auditiva
  • Dificuldade de aprendizagem
  • Assistência motora
  • Comunicação acessível

 Outro detalhe interessante é que ao encontrar um app sinalizado com uma tag, basta tocar nela para verificar outros programas com o mesmo marcador, indicando que eles possuem funções semelhantes. Rogervoice, A Blind Legend e Acessibilidade do Android são alguns dos aplicativos já contemplados com a novidade, conforme a Google.

Fontes: Tecmundo

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