Cordões que identificam pessoas com TEA, neurodivergentes e com deficiência ocultas

Publicado em: 15/04/2025


Por Sergio Gomes para o site da Câmara Paulista de Inclusão

O mundo está cada vez mais conectado e graças a isso também cada vez mais pessoas aprendem sobre a importância da inclusão nos mais diversos setores da sociedade. Uma preocupação contemporânea é garantir a um número cada vez maior de pessoas, experiências acolhedoras e, é claro que as pessoas com deficiência devem fazer parte dessas experiências. E foi assim que nasceram os cordões de identificação que são utilizados pelas pessoas com deficiência, que não raro têm que enfrentar situações desafiadoras em razão de suas dificuldades para enfrentar um mundo que não é projetado para recebê-las.

Os cordões de identificação são ferramentas eficientes para se identificar e muitas vezes antever as necessidades de um público que enfrenta no seu dia a dia uma série de barreiras. Esse foi um dos motivos que levou um grupo de funcionários do aeroporto de Gatwick, em Londres, a criar uma forma de identificar pessoas com deficiências ocultas, com um recurso para identificá-las de forma eficiente, discreta e respeitosa. E assim foi criado, em 2016, o cordão de girassóis para as pessoas com deficiências ocultas. O girassol foi escolhido por permitir que, com suas cores, mesmo a distância, a identificação de pessoas que têm necessidades especias em virtude de suas deficiências. O objetivo é facilitar e humanizar o atendimento a essas pessoas.

A Hidden Disabilities Sunflower (Girassol de Deficiências Ocultas) foi a organização responsável pela criação e divulgação do recurso no mundo inteiro. No Brasil, o cordão de girassóis chegou devido à mãe de uma criança autista, Flávia Callafange, descobrir tal instrumento de acolhimento para a identificação de uma deficiência oculta. Flávia buscou a organização responsável pela criação do cordão e por difundi-lo pelo mundo.

Há diferentes tipos de cordões de identificação e os mais comuns são:

Cordão de Girassóis: Talvez o mais conhecido, é usado para sinalizar que o seu portador tem alguma ou algumas deficiências ocultas, como TEA, fibromialgias ou surdez. Deficiências ocultas são aquelas que não podem ser identificadas apenas com uma análise visual. Os cordões de girassóis são utilizados em outros países também e com as mesmas funções. Esses cordões são caracterizados por um cordão verde com estampas de girassóis.

Cordão de Girassóis

Cordão de Quebra-Cabeças: Pode ser usado por pessoas com TEA, são estampados com peças multicoloridas de um quebra-cabeça

Observação: Mesmo sendo o mais utilizado, algumas pessoas com TEA preferem usar o cordão com o símbolo do infinito multicolorido por acreditarem que ele representa melhor sua condição, sendo mais inclusivo. Algumas pessoas também acreditam que os símbolos das peças do quebra-cabeça fazem alusão a algo muito difícil de entender ou mesmo referência a uma peça que faltaria (no quebra-cabeça), embora saibamos que isso não é verdade (a peça faltando)

Cordão com o símbolo do Infinito Colorido: Sua estampa é o símbolo do infinito multicolorido com as cores do arco-íris. É usado por pessoas neurodivergentes, como autistas, pessoas com TDAH, dislexia ou dispraxia (Transtorno neurológico que dificulta a coordenação motora).

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