Paraty para todos

ARTIGO JAIRO PARATY2 18-07-2016

POR JAIRO MARQUES

Uma senhora se escorava nas paredes de um casario para manter-se em pé, uma moça fazia um balé sem harmonia para andar por mais uma quadra, eu, a bordo de minha cadeira de rodas, era acudido por um bombeirão gente boa para conseguir vencer poucos metros de passeio. Aquilo que chamam de calçada e rua, no centro histórico de Paraty, tem outro nome: desumanidade.

Fui à cidade, que vive o intelectual clima da Flip, para falar sobre “intolerância”, na Casa Folha. Confesso, porém, que tive pouco saco para suportar a exclusão forçada do lugar. De que adianta exalar conhecimento e literatura se a realidade do local é agressiva com pessoas com deficiência, idosos, mulheres grávidas e quebrados de toda ordem?

“É patrimônio histórico! Não pode mexer.” Ah, meu povo, paremos com isso. O coliseu romano, milenar, tem elevador e uma rota de passeio acessível. Jerusalém fez rampas em trechos tidos como sagrados, pisados por gente importantíssima. Mas aqueles cascos de tartaruga de Paraty, desprovidos de qualquer embelezamento estético e aviltantes às pessoas, são intocáveis por quê?

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