Brasileiro paraplégico faz do turismo acessível um negócio internacional

Publicado em: 26/01/2017


Descrição de Imagem: Fotografia de Ricardo pulando de paraquedas acompanhado de um instrutor. Mostra os dois em queda livre com os braços abertos, ambos estão sorrindo.

Ricardo Shimosakai perdeu a mobilidade após ser vítima de sequestro relâmpago em São Paulo, mas o tiro que o deixou paraplégico em 2001 não foi impedimento para ele viajar pelo mundo. Ao retomar as viagens, que sempre lhe trouxeram momentos de prazer, começou sua luta para espalhar essa possibilidade a todos.

A base dessa trajetória é a empresa Turismo Adaptado, fundada por ele, que trabalha a acessibilidade e a inclusão das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida no turismo e no lazer. Através dela, Ricardo dedica sua vida a descobrir lugares acessíveis para a prática de turismo, em qualquer país e, nessas jornadas, já fez coisas que outras pessoas raramente ousariam: voou de parapente, de asa delta e até subiu ao topo de Machu Picchu, no Peru (fotos).

A empresa Turismo Adaptado foi a primeira operadora de turismo acessível da América Latina a oferecer serviço de agenciamento de viagens seguras a turistas com deficiência.“O turismo é um direito de todos, por isso seguimos o pensamento de Tourism for All (Turismo para Todos)”. Segundo ele, seus clientes têm condição econômica diversa e viajam sozinhos, com companheiros ou familiares.

Descrição de Imagem: Fotografia de Ricardo voando de parapente acompanhado de um instrutor. A imagem mostra os dois no suporte do parapente, usam capacetes azuis e sorriem. Estão sobrevoando um lugar com morros e florestas.

Além de atuar no ramo do turismo, o empresário também faz palestras e cursos de capacitação em empresas e no meio acadêmico, além de prestar consultoria para a acessibilidade e inclusão da parte física de edificações e empreendimentos.

Em janeiro de 2017 o consultor já esteve em Bogotá, Cali e Medellín, num evento organizado pelo Conselho Latino-Americano de concepção e construção de Cidade Acessível (Cidcca). Na ocasião, acompanhado de um grupo de especialistas em acessibilidade, analisou o percurso do centro de Bogotá. Segundo ele,  “há muitas rampas curvas, que deveriam estar em linha reta. Ao contrário de pés, as rodas da cadeira estão o tempo todo no chão e sentem todos os obstáculos. É preciso fazer adaptações para que todos possam caminhar por aqui”, considerou.

“Poucos pensam que um dia terão problemas para se movimentar, mas ao envelhecer vemos mal, ouvimos  mal e andamos mal. A acessibilidade é para todos, não apenas para os cegos e pessoas em cadeira de rodas”, sintetiza Ricardo Shimosakai.

 

Por: Stela Masson, 22/01/2017

Fonte: Turismo Adaptado

Voltar para Notícias